a relatividade das pequenas

quinta-feira, outubro 2

Não irrelevo, contemplo. Como diz o título de uma exposição "plástica": se uma coisa importa, tudo importa. Adoro essa frase, porque é jogo, diz nada. Outrossim, dependendo da nossa vontade de querer ver coisas nas coisas, diz cada vez mais.

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Quase dois anos imigrante e hoje fui fazer meu National Insurance Number, que deve ser a única fonte de controle de todos nós, como um todo (feito de más traduções).
É uma entrevista, então suas últimas casas, empregos, casamentos, cursos vão listando-se na monotonia das lacunas. Ele nem perguntou no espaço "Razões para vir para o Reino Unido": "To work" ele escreveu. (depois vem um supervisor, que leu meus papéis e acrescentou ao lado: "To study". "Para preencher lacunas" seria mais apropriado.

Em um mês tenho um número. Daí ninguém me segura.
Em um mês estarei desempregado. Minhas funções com a monarquia esgotaram-se (contratualmente, claro).
Em um mês faltará um mês para minha exposição. Vou levar uma pá e cavar um buraco no teto.
Em um mês e meio será o segundo ano da saudade que me faz sonhar com as pessoas que estão acordadas enquanto sonho com elas. (Talvez por isso tenho ido dormir tão cedo).

Um mês é tempo.

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You don't have to be a rock star to have fun
You don't have to be a soldier to carry a gun
You don't have to be a postman to mail a letter
Be content with your life
It may not get any better.

From "Thanksgiving day" - Johnny Dowd

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Hoje começa a exposição de Sigmar Polke, na Tate. "A maior retrospectiva de um pintor (muito) vivo lá. Bom pra ele. A História de Tudo é o título e apenas mais um indício para despistar.

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Vida de Warden s/n°

Ontem vi na galeria o ator que fez o papel de ladrão no O cozinheiro, o ladrão, sua mulher e o amante, do Greenaway. Vi tb uma senhora que viu o retrato que Lucien Freud fez da rainha e que, como em 99 % dos monótonos casos, não gostou. Eles sempre olham para nós mortos wardens procurando apoio. Eu só rio. Ela insiste "como é que isso está pendurado aqui?", continuo rindo. Ela diz "sei, não pode falar". Eu digo que gosto da pIntura. "Gosta é, bem, deves conhecer a rainha mais do que eu". Penso que não, talvez conheço o pintor mais do que você, sua megera. Mas guardo. Ela dá a volta na sala e começa a olhar o quadrinho (menor que uma folha A4) de novo. Volta para mim e diz que viu o quadro com outros olhos, agradece por eu ter dado um outro ponto de vista e pede perdão "se fui rude". Eu não fiz nada.






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