a relatividade das pequenas

terça-feira, agosto 5

A INDÚSTRIA DO MITO

Saímos para caminhar na nossa suja e colorida rua quando cruzamos com Gilbert e George.
(artistas ingleses que tornaram-se famosos quando chamaram a si próprios de “esculturas vivas”, pelos fins dos 60. Suas personalidades recriadas são, portanto objeto de suas obras. Eles pintavam o rosto de dourado e cantavam em “Singing Sculpture”, ou retratavam-se durante um suave bebericar de vinho num pub em algum lugar. Desenham e fotografam muito bem, mas o que mais chama a atenção são suas figuras austeras e corrompidas. Vestem-se sempre iguais, terno e gravata, moram juntos e acho, amam-se.)
A Consu havia lido que moravam nas redondezas e comiam sempre num turco perto de casa. E fomos atrás. (ela sempre quis seguir alguém, mas tinha que ser Gilbert e George?). E de fato eles entraram num turco e lá ficaram. “Eating Scupture”, then.

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PEDRA, TESOURA, PAPEL

Separação. Os limites restringem-se à legitimação e reconhecimento, atuando na configuração de critérios de seleção e, por sua vez, no limite entre o coletivo e o individual, entre projeto e conseqüência através do tripé exposição-curadoria-instituição do referido, ou seja, 29,7cm por 21cm. Porto e reencontro.

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Hoje mais um dia de folga.
Sempre espero tanto por isso e tudo o que faço é controlar um silêncio que beira o choro.
Eu quero chorar e você vai pensar que estou infeliz em Londres.
Você não vai pensar mais nada agora.
Feche os olhos. Você vai fazer tudo o que eu mandar.
Bem, isso não existe.
Eu vou chorar e você vai pensar que é bom as pessoas chegarem no limite existencial. Que é bom alguém pensar o porque. Que não devemos entregar-nos à total alienação do próximo. Que o entretenimento não é a razão de ser de uma pessoa. Nem o trabalho. Não sobra nada.
Eu não existo. Tudo o que existe são relações, fatos, acasos.
Discursos existem, mas dentro da realidade de suas relações.
Fome e sede e tesão existem.
O tédio existe.
Daí corremos para o desvio.
Eu não quero só ser feliz.
Amanhã tb estou de folga.

()

Arte é hipnose (e o show do atirador de facas).

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Alguém da platéia como voluntário para nosso show de hipnose?
A senhora na primeira fileira? Muito bem, PALMAS PARA NOSSA CONVIDADA!

Qual o seu nome?
(...)
E diga-me, o que você faz?
(...)
Palmas para ela! Diga-me, você já foi hipnotizada?
(...)
Rá, rá, rá, excelente, excelente. Pois bem, vamos começar o nosso espetáculo.

()

Outros batem palmas e ele começa cantando “Eu sei que vou te amar” e ele não gosta de barulho na platéia. Revelou-se a sua enorme ingratidão. E no peito dos desafinados só bate coração.



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