a relatividade das pequenas
quarta-feira, dezembro 25
Mais ou menos como eu esperava, a retrospectiva da Eva Hesse na Tate mexeu certamente comigo, a ponto de deixar-me estranhamente contente. Mesmo com todas as estranhezas da arte e da vida, e ainda exaltando esse lado desvio das coisas, saio com um bom desespero e algumas urgências de lá, que vão mover-me e ainda, irão manter-me em caminhos que já tracei, em obsessões de linha, mancha e idéia que resumi em muitos trabalhos e livros de rascunho e que perfazem a minha história neste ano. O desenho certamente, o desenho que ela fazia guiando-a para o tridimencional, e a coerência de um raciocínio abstrato que inclui, (in)definitivamente, a (in)existência. Mais a delicadeza do trabalho e dela mesma, morta prematuramente. Como Ives Klein.
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Também o desenho como proposição para instalações e esculturas e vídeos que não existem e possivelmente nem existirão. Preciso fazer de uma vez, com as fotos tb.
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Uma coisa que surgiu no trem é a poesia, como a vontade de fazê-la de novo e com um fio único de condução e indução. Mas quero definitivamente trazê-la para o contexto do desenho, da arte, da construção de uma coerência interna. Mesmo que mentira. Não quero (ainda que possa acabar servindo) que a mentira seja mais uma forma de esconder-me, mas mais como um programa, um conceito. Um conceito que tem esse preço da ironia e da desconfiança, do isolamento e enfim, do embuste dramático que a arte nos ensinou do alto do seu Olimpo, do seu humor e da sua dor.
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Também o desenho como proposição para instalações e esculturas e vídeos que não existem e possivelmente nem existirão. Preciso fazer de uma vez, com as fotos tb.
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Uma coisa que surgiu no trem é a poesia, como a vontade de fazê-la de novo e com um fio único de condução e indução. Mas quero definitivamente trazê-la para o contexto do desenho, da arte, da construção de uma coerência interna. Mesmo que mentira. Não quero (ainda que possa acabar servindo) que a mentira seja mais uma forma de esconder-me, mas mais como um programa, um conceito. Um conceito que tem esse preço da ironia e da desconfiança, do isolamento e enfim, do embuste dramático que a arte nos ensinou do alto do seu Olimpo, do seu humor e da sua dor.
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