a relatividade das pequenas

quinta-feira, outubro 31

Quanta história. A roda da história é nossa ruína e nossa maior esperança, ou coisa parecida, alguém falou. Tudo muda, até surda muda, isso eu sei quem falou: meu irmão.
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Estou perplexo com os fatos (leia-se presidente, arte, entre outros) que são maiores que nós, mas tem uma mínima porém fundamental participação.
Então acordei estranhamente feliz e fui muito feliz em uma pintura, um boneco que recolhe fundos para cegos que há aqui em Londres. Help the blind.

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Mas é Segunda, muitas coisas deveriam ser feitas, não podemos esperar pela roda. E estou aqui escrevendo. Enfim.

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Mas não é de todo mal. Escrever é documentar pensando. Gostaria de pensar que uma relação entre o que faço com a tinta é suportada pela idéia que surge quando se escreve. (e não o contrário, quando ficava escrevendo horas nas horas que deveria estar pintando, candidatando-me a teórico).
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Pintei quatro painéis para decorar uma festa num club. Vai ser meu debut on the wall. Se disse decorar é porque não acredito muito numa experiência visual em bares e alhures. Mas é mais democrática a penetração por ser sem fim comercial – conceitual- cultural - ... algum. Não. Não diga isso. Muitos artistas começaram assim, transeuntes notórios passaram a admirar o trabalho sem um autor. Ou eram amigo do autor e ajudaram a vender a idéia de um Basquiat- van gogh- maluco que... Ou mesmo um dia alguém importante vai bater o olho e dizer nossa, ele é um autêntico...
O que um artista quer é ser visto. Nessa milhares de artistas ao longo da história doaram seu suor para focos os mais esdrúxulos para que os vissem. Mas por favor, nunca chame um artista (a não ser que você queira detoná-lo) de “artista de plantão”.

Não diga isso 2:

O fim começa no meio? Se pinto, eis a arte, independente do lugar - Mônica Zielinsky sempre nos levou a pensar o lugar da arte. Eis a cultura, eis o conceito, eis a pintura e o artista, o resto é luta para ser visto e respeitado. É? Meio aqui é o suporte, não o meio da pista de dança ou no meio do Ossip. Mas veja, se você é convidado para expor num bar, você não mostrará o mesmo que sala de um prédio que foi bombardeado na segunda guerra mundial e restaurado, durante a Documenta de Kassel, vai? Vai se o seu trabalho tiver essencialmente esse despojamento, como... Basquiat....Warhol...

Bem.

Mas o que fazer? Para onde? Tem que baixar a cabeça e tentar não pensar muito. Hoje eu quero pintar coisas que deixem as pessoas mais felizes. É verdade. Mudei, acho. Acho que porque cansei de mim e quero mudar o mundo que eu vejo.

São portanto coisas mais leves e coloridas. Se não gostar eu posso dizer que são elementos pictóricos que, através de documentos de um processo de assimilação visual das coisas, fantasia um outro mundo, de forma a transcrever uma leitura pessoal através do ato de pintar. O que dá no mesmo.

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Estava conversando com um pintor num bar em Shoreditch - um lugar que tem arte nas paredes e uma galeria de tamanho decente, e um ar meio largado fuck off, it’s art – e perguntei à ele se ele conseguia sobreviver da arte e ouvi um discurso de que esse tipo de conceito não se aplica á arte e que isso era fruto de uma relação empregatícia que não também não serve. Good, ok, relax mate. Mas meu dinheiro não dava para pagar-lhe uma pint.

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Aquela cena do Estrada Perdida em que o rapaz está no pátio tomando um drink, deitado, a grama e a Bossa Nova e você ainda tentando entender o que aconteceu.

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Estado de esquecimento, de carnaval. Indulgência. Aqui não tenho personagens de carnaval. O que os artistas visuais fizeram pela cultura europeia, nos moldes de um enaltecimento mesmo quando crítica (Kiefer) é ainda mitificação, mitologia, sublimar uma cultura.




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