sábado, junho 24
sexta-feira, junho 23
DEU PAU NO SITIO
porque os blogs morrem, esse nao.
essas marcas que tento apagar. depois elas voltam. e sempre voltam diferente do que eram. como se trouxessem algo a mais ou a menos. como se mudassem depois de uma intencao inicial. Mesmo na origem foram feridas em sua essencia, na cor inicial. uma cor destas nunca vem bela enquanto pura e virgem; esta transformada.
ele quer pintar um quadro. talvez o quadro nao queira ser pintado. e sera.
o dicionario de tanto uso perde suas paginas. a palavra que eu queria foi levada junto.
vivo numa rua muito feia. nao posso deixar isso de fora. Mas claro que sometimes eh maravilha maravilha. principalmente quando percebe-se um dedo de calmaria, um olhar de canto de olho. do nosso terraco comunitario ve-se umas 8 torres de igrejas e muitas arvores.
copa do mundo eh uma beleza. percebe-se o quanto as pessoas podem ser bobas a respeito de um simples jogo, mais os nacionalismos e orgulhos patrioticos cheios de ranco odio e disputa. Aqui eh menos festivo e mais batalha. Mas eh bom tb porque suspende outras coisas, tipo todo o resto que temos que nos ocupar. E papo. Nunca foi tao facil puxar assunto e preencher vazio de conversa com qualquer estranho de qualquer parada. ate que alguem chegue com esse papo de que copa do mundo eh alienacao. ciclico.
Faz tempo que nao escrevo e nao contei que vou estudar numa escola de arte para adultos. Um mestrado em pintura. Pintar eh preciso.
E hoje toquei num estudio em camden town (bem simbolico eu diria) com, ao que tudo indica, uma banda promissora. Tom eh rapaz bem talentoso e com cara de genio que escreve musicas muito boas e toca guitarra e piano. Eu comprei minhas primeiras baquetas em londres. Drumsticks. Ele tocou piano e cantou e eu apenas toquei bateria: simples, atento, intruso.
Assistimos Hidden (cache) e gosto muito desse Haneke desde que vi Funny Games e fiquei com medo do mundo. Entre planos longos de invasao de privacidade, culpa e tensao, de repente a imagem demorou-se em um take na porta da casa deles, bem quando o menino volta para casa. Ficamos assistindo. Eu ouvira falar da cena longa do final, para prestar atencao e tal. Ficamos. La pelas tantas a Consu diz: deu pau no DVD. Eu digo que nao. Ela espera. Eu gosto daquilo, parado, me fez pensar em tudo. no vazio, no meu espaco no mundo, como esculturas minimalistas do Richard Morris ou uma bolinha de papel A4 amassado do Martin Creed. Ela passa para frente e eu acho um crime. Chamo-a de impaciente. Ela tinha razao, era pau no DVD. ela ri bastante e fico envergonhado, apenas silencio em minha ridicula absorcao.
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