A RELACAO MEMORIA-TEMPO
Estava na fila do correio para enviar um video sobre relacionamentos partidos e gestos inacabados a um festival que preza a diversidade etnica e a criatividade no leste de Londres. Os dois homens, com o irreverente visual dos que realmente nao dao a minima para o que os outros vao pensar (uma vez que somos o que vestimos, eles vestiam o que encontravam) aguardavam sua vez no caixa para recolher a ajuda do governo, beneficio convertido em mais nectar para encarar, entre outras adversidades, a vida. O mais novo diz em tom heroico. "voce sabia que lembro meu numero da prisao de quando eu tinha 16?". O outro, com olhos algo entre esbugalhados e arregalados, nao conteve a admiracao. Tampouco podia, o dinheiro era do outro, de memoria de elefante e sede de homem.


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A RELACAO TEMPO-ESPACO EM UMA MANHA DE SABADO

Ela conta para a outra no onibus (onibus londrinos sao talvez o reflexo do futuro pos olimpiadas em 2012, sem mais os classicos routemasters e uma certa cordialidade do passado, com cobradores idiossincraticos, um limite para pessoas em pe e a chance de pular ou subir como se fosse bonde, onde mudar de ideia e saltar para fazer algo fora dos planos era possivel, nao como entrar no metro e cair na corrente do previsivel rio de atarefadas aguas) que quer investir em propriedades. a outra pergunta "Marrocos?" e ela, "nao, Marrocos esta com precos absurdos, english prices, you know, talvez a Bavaria, mas nao moraria la, talvez quando for mais velha. Provavelmente alugaria para alguem e os chutaria fora cada vez que quisesse passar um tempo la."
"Cras!" (Amanha) berrava o representante do mal, terrorista do imaginario antigo. mas o cego em fe classico soldado-romano-convertido-cristao Expedito pisou o corvo dizendo "hodie!" (hoje)
Ja penelope e xerazade queriam parar o fluxo do tempo criando mais tempo. Mas a Odisseia nao pode esperar.


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