a relatividade das pequenas

terça-feira, maio 31

a rua foi fechada para os carros
as pessoas tomaram conta dessa rua
passaros negros voltaram ao parque
nao sei se o silencio eh uma abertura ou reclusao
os carros voltam para engolir as pessoas com sua rapidez
as pessoas voltam para engolir os passaros com sua rapidez
passaros negros tem um lugar que eu nao conheco.


sábado, maio 21

doce

cinquenta criancas produzem sons com flautas doce na sala com cheiro de suas salivas, de seu suor, da madeira de verniz amarelado da mesa do professor, do palco onde assistira as notas serem mal sopradas. suspiros.
cinquenta criancas nao queriam estar la. o homem, quem sabe, quer estar la porque esteve em outros caminhos. sopro, suspiros.


segunda-feira, maio 9

Enchemos a vida

enchemos a vida
de filhos
que nos enchem a vida

um me enche de lembranças
que me enchem
de lágrimas

uma me enche de alegrias
que enchem minhas noites
de dias

outro me enche de esperanças
e receios
enquanto me incham
os seios

alice ruiz
Publicado no livro Paixão xama paixão (1983).

--

Voce ja viu Weekend, do Godard? nossa senhora. Eu nao posso ignorar que todos somos enigmas. jamais.


quinta-feira, maio 5

todos me amam. convencam aquilo que me olha estranho. agora mesmo. eh serio, nao eh poesia que aperta na tecla errada e se auto-come. todos os nomes.


quarta-feira, maio 4

A sorrir eu pretendo...a vida

Amargo? Talvez. Os textos sao melhores amargos. Nem as comedias sao doces. Por outro lado, tome Cartola. Seu tom eh sempre amargo, com aquela percussao que distrai, joga a atencao para os instintos, quando descemos a ladeira cumplices de uma orgia temperada pela melancolia e pela troca de foco. Amargura eh quando a imaginacao relativiza.

--

`..to Hamlet madness is a mere mask for the hiding of weakness. (...) He keeps playing with action, as an artist plays with theory. He makes himself the spy of his proper actions, and listening to his own words knows them to be but `words,words, words`. Instead of tring to be the hero of his own history, he seeks to be the spectator of his own tragedy.`

Wilde, de profundis


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