a relatividade das pequenas

domingo, junho 20

Agora isso. Jorge, o São, fez-me um desenho novo para esse meu blog. Uma vez o Rafa brincou comigo, daquela forma irresistivelmente sincera, quando eu acabara de esticar uma tela, branquinha, branquinha: 'tu vai pintar mesmo?' Obrigado meu.
-
MaisUmaDoDanieleão
(...) são tudo ao mesmo tempo, esquina
onde a mão pouco pode chegar, semáforo rosto
que dificilmente se vigia - intermitente, na página carbono do dia
-
Usei, finalmente, um extintor de incêndio. Foi em um treinamento lá na Galeria Nacional. Contra um fogo imaginário espalhei a espuma branca. Imagina, os Girassóis, Monets, Rubens, Turner, e eu, apocalíptico, lutando com minha espuma branca contra as labaredas do tempo.
Ah.
-
A Galeria Nacional tem, como só um treinamento com Powerpoint, blocos em A1 com desenhos estranhos em canetas de destacar texto, coffee break, depoimentos de outros departamentos e apostilas pode lhe dizer, um projeto que descreve pinturas para pessoas_portadoras_de_deficiência_visual.
Ganhei um certificado também, que entre outras coisas curiosas, me certifica como tratar ameaças terroristas, ameaças pessoais e diversidade dos visitantes. Mas o mais instigante é Roubo e Dano às Pinturas.
-
Falando em diversidade, existem coisas que parece que nunca vão mudar (para melhor ao menos), como o respeito à diversidade, por exemplo. E isso continuará criando esse sentimento de estar no caminho e lugar e opção dos outros, atravancando psicologicamente todos.
Respeito respeito respeito, peito peito peito
-
A felicidade não traz dinheiro.
O futuro, adeus pertence.
Farda mas não talha.
-
Fizemos a feira de Spitalfields. Fomos lá com alguns panos, pegamos uma tenda, barraca (como é o eufemismo, estande? Nós, expositores?), um aparelho de som e cara de pau. Fazer feira é algo que não havíamos nos aventurado nessa vida, ainda que passamos a vida passando por elas. Bacana.
-
Li o obituário de um pintor de 38 anos chamado Sky Collins. Procurei via google e havia um blog de outro, com mesmo nome. Imaginei se fosse o blog dele. Nunca mais seria atualizado. Cada novidade seria seus arquivos, seu passado, e talvez até explicações que teriam causado sua morte. Foi ele.



terça-feira, junho 1

Tenho um caderninho vermelho
que carrego no bolso direito
para anotar qualquer idéia que passe
senão a vejo, não escrevo
senão a entendo, escrevo da mesma forma
para que um dia leia o abstrato que tentou

Ouvindo a recomendada "Leningrado" - sinfonia n° 7 ? do Dmitri Shostakovich, retorno ao computador e aos meus arquivos , que há pouco considerava todos mortos. A trilha é romântica, violenta, principalmente pelos contrastes. Diz-se que ele escreveu esta peça entre os ataques que a cidade recebia na Segunda guerra. Pontuava-se pelas bombas que ouvia ao redor, quando vestia roupas especiais e partia para os incêndios com os grupos de apoio.

Muito se passou desde que maio começou e passou, e acho mesmo que tenha sido o mês do esquecimento (e um tanto onírico). A começar pela Fuga para Barcelona ? sinfonia n° 30. Deveras especial pelas pessoas e isto, antes de uma descrição de como são os melhores anfitriões do mundo, é um solene agradecimento seguido de abraços.
Além do mais, a cidade é fabulosa. O sol é fabuloso. O mediterrâneo gelado é fabuloso.
Estou muito estranho em Londres, e isso não é novidade.
(Essa deve ser a primeira vez que falo com os possíveis leitores e não falando comigo por uma máquina)
Dá pra entender porque o Rafa gosta tanto de Barcelona, sem nunca ter dito que gosta tanto.
O ritmo de vida é um contrate com aqui, ainda que eu corra na megametrópole e para meu museu mega lotado e ainda passe séria monotonia de pueblo.
Estranho tb estar com amigos de Porto Alegre, que estão bem situados em suas respectivas imigrações, ainda que uns estejam mais de malas intermitentes que outros.
Enfim. Navegar.

__



Letícia, tocar pandeiro é ultra difícil e penso até que é das poucas coisas que talvez se nasça podendo. Mesmo com grandes mestres e prática constante, tal arte vive em outra dimensão da coordenação motora.
Nunca tentei por correspondência, mas comprei um pandeiro e um triângulo (esse fácil) uns 13 anos atrás e nunca correspondi. Isso que toquei bateria pitoresca em grupos de modinha e samba-rancho. Não fecho a roda do samba, pois, senão com a turma saudosa que abre os braços e fecha os olhos, ao redor do núcleo.

Falando em olhos, Jorge, o São, gravou-me Todos os Olhos, do Tom Zé, e isso é lindo.
Itamar Assumpção e Luis Tati tb. Fellini, dois discos. Supimpa.

Minha papoula está ficando des-ca-ra-da-mente com ca-ra de pa-pou-la, em tempo asssssssssus-tador-a-mente rápido.

Cy Twombly na Serpentine gallery. 50 anos de trabalhos em papel.
Ganhei um bloco de desenho e óleo em bastão.
Pouco depois, na fundação Miró, Mirós dos anos 70 que parecem Cy Twomblys.

"Eu sou inocente. Eu sou inocente. Eu sou inocente. Eu sou inocente. Eu sou inocente."
Nossas reverências:
"de vez em quando todos os olhos se voltam pra mim, de lá do fundo da escuridão, querendo que eu saiba,
Mas eu não sei de nada, mas eu não sei de nada, mas eu não sei de nada, mas eu não sei de nada.
Eu não tenho chicote..."

--

Maio ainda teve o aniversário da Consu, que está cada vez mais bela. Foi aqui em casa, em nosso estranho bairro, em Londres, essa estranha vida. Bom, com nosso punhado de amigos e cheios de coisas passando pela cabeça.
Cadê você? cadê você?




LINKS
Consu
Rafa
Fer
Jorge
ARCHIVES
agosto 2002
setembro 2002
outubro 2002
novembro 2002
dezembro 2002
janeiro 2003
fevereiro 2003
março 2003
abril 2003
maio 2003
julho 2003
agosto 2003
setembro 2003
outubro 2003
novembro 2003
dezembro 2003
fevereiro 2004
março 2004
abril 2004
junho 2004
julho 2004
setembro 2004
outubro 2004
dezembro 2004
abril 2005
maio 2005
julho 2005
agosto 2005
setembro 2005
novembro 2005
dezembro 2005
janeiro 2006
fevereiro 2006
junho 2006
agosto 2006
dezembro 2006
abril 2007
junho 2007
julho 2007
setembro 2007

This page is powered by Blogger. Isn't yours?