a relatividade das pequenas

sábado, abril 26

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Quem vê blog não vê coração.

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Coisas de Revistas

Everything Must Go; To Die For; Sob Nova Direção; Procura-se pombo: cinza, tem uma mancha branca na asa esquerda.
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As seem on TV

Nas últimas semanas avisaram-nos na galeria para assistirmos um programa sobre Leonardo na Vinci, porque teremos uma exposição de seus desenhos em maio. Perdi. Não, apenas não vejo, nem tenho mais televisão. 8 meses. É um pouco atitude, e grande parte desistência mesmo. Perco alguma informação e ganho não tendo o resto. Terei que buscar em outras fontes (internet?, bibliotecas?) Meus colegas estão sempre comentando programas sobre Vermeer, etc. As vezes Friends, Simpsons, Guerra do Golfo, futebol. Vi muita televisão minha vida inteira. Em casa a telly ficava ao lado da mesa. Prestávamos a atenção nos intervalos comerciais, porque o pai é publicitário, e conversávamos durante os programas. Trabalhei com isso depois. Meu pai e meu irmão continuam. Por nós passaram campanhas políticas (independente do partido), programas de música, coberturas de festival de cinema, toda sorte de comerciais, enfim, tudo. Televisão é enciclopédica e humana. Demasiada humana.

II

Certa vez eu e meu pai aparecemos num programa chamado Galpão Crioulo, tocando uma música de sua autoria, linda, uma milonga, e eu tocando Bumbo leguero. “Eu me cubro com poncho e penso tanto, pedindo até que a vida pare, por encanto...” Os dois vestidos de galdério.
Ou isso foi um sonho.

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Líquidos, todos. Saciam a sede até afogar.



segunda-feira, abril 21

Continuo espalhando minhas partes pelas frestas de Porto Alegre. Em maio o vídeo “The place of the artist in the cosmic scheme of things” vai passar no Cine Esquema Novo, no Gasômetro, e ao que indica na Restinga (well done). Esse uma mistura de oração com ação, cruzados com o título, roubado do catálogo da Documenta de Kassel, e que diz muito pouco, senão nada. E a cidade move-se também com o Festival do Livre Olhar, onde o Heatstroke, uma decomposição de áudio e vídeo de um ensaio da Mangueira, parece que tb está lá. O festival vai da Casa de Cultura Mário Quintana até Caxias.


METALOFONES

Sou condicionado pela minha natureza. Apenas constato. Mas posso brincar tb: com a guitarra e uns acordes num pré-determinado tempo, outra pessoa cantando (boas) idéias pré-moldadas, ( isso sem ofensa, estou num texto resignado, a idéia é amar o que se faz e o que se tem,) mais algumas cervejas, vou longe.
The Collective são Anthony e Pablo, este desde sempre teve banda. Já aquele, só tocou metalofone numa banda de colégio. E qual melhor instrumento para iniciar-se no rock?
Estamos há meses nessa de guitarra-voz e um teclado bem canalha só para algumas pontuações e sei que precisamos evoluir. Já passei pela cruzada de bandas, sempre com uma atitude muito descompromissada, e peço sincero perdão às pessoas que contaram comigo por isso, namely: Rafael, Edu e Zé Louco, da banda Biltre, quando eu tinha 14 e tocava com uma bateria mirim que minha tia comprou pra ela. O Rafa levou a Urro para todos os lados e aguentou um grupo de pequenos-junkies, tocando contrabaixo cada vez melhor e mais alto. Eu estava sempre meio sóbrio, o suficiente para fazer umas músicas e tocar a guitarra. Não usava pedais, só o volume. Uma espécie de timidez que tb dá margem para algumas liberdades escondidas. Era legal. Fizemos isso por um bom tempo. O Rafa fez um estúdio para nós. Um luxo. Éramos felizes. E claro, uns grandes amadores.
A música, assim, digamos, rock-pop, encontrou algumas fórmulas bem interessantes. Rapidamente identificáveis e miscíveis entre si. É uma total estetização da atitude. É prazer também, libertinagem, juvenil. Porém, está atrelada a uma indústria e por isso está condenada a um pacote limitador. Move-se bem pelo jardim, dentro de uma cerca.
Com o Zé Louco tínhamos um hit chamado Revolução, ou Poluição, não lembro. Nevermind.



quinta-feira, abril 17

Felicidade: Consu, sol, parque, vinho pão e queijo e uma exposição abrindo o show.
Blinky Palermo (que não é o dono deste nome), e estudou com Polke, Richter, na escola dirigida por Beuys, e... não não tem nada a ver com eles. Lembrou-me o primeiro Oiticica (oy-tee-see-kha), que não é tão bom quanto o resto dele próprio, ou o outro-ele- mesmo. Isso na Serpentine Gallery, a galeria mais bem situada que conheço, por ser no meio inesperado de um parque. E quase todos os parques deveriam ter uma, tão vital quanto cafés e banheiros. Todo verão um pavilhão é construído ao lado para eventos afins e o deste ano foi desenhado pelo Niemeyer. O esqueleto estava lá. Olá.




sexta-feira, abril 11

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Acho que minha vó apareceu na galeria , disfarçada de vó inglesa, na sala onde está, entre outros, o desenho de Da Vinci onde um bebê é representado dentro do útero, para dar um alô. Passou por mim e perguntou: “Você pinta?” “Sim, madame.” ‘ Bom rapaz. Como eles?” Não sei. E sumiu.

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A Consu saiu da revista que vinha fazendo. Sua vontade explêndida de fazê-la apesar de quase tudo ser contrário, foi finalmente derrotada. Mas ao final, ela levita, porque ela fez isso por oito meses ou mais, voluntariamente, tirando leite de pedra, editando, reescrevendo textos inteiros, fazendo as principais matérias, sugerindo e estimulando as pessoas para criar pautas e brigando para a revista nunca cair no nível em que algumas pessoas estavam sempre querendo, esses nivelados pela facilidade da mediocridade. Fiz ilustrações bacanas estimuladas por ela. Escrevi coisas tb. Um grande não sei o quê decidirá o destino da revista. Mas sem dúvida o mundo ganha uma jornalista que aprendeu o amor e o ódio de um ofício. E esses são os melhores.



quinta-feira, abril 10

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Code unknown. Começa com esse filme: A film by Michael Haneke... ele que diz precisar de coisas concretas (leia-se humanas, reais, vai saber) porque senão o artista cai no vazio.
O futuro promete, eu sei.
Se você não recria o bolo todo santo dia, o bolo, o santo, o dia, perdem o encanto.

Outra sentença reducionista: se você fizer ao menos UMA pessoa feliz nessa vida, pode se dar por satisfeito. Ao menos por tentar.

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THE BETWEEN -CHARACTER OF MIMESIS(DERRIDA)
PABLO, CONSU BEM? E OS ÓCULOS, GOSTOU? E A TUA MUAMBA ACABA DE CHEGAR NO CORREIO DA INDEPENDÊNCIA, O RAFA VAI BUSCAR. E ESTOU CANSADA COM UMMMMMMMMMMMMMMMM MONTE DE COISAS A FAZER NA TESE E DETESTO MAIS QUE TUDO REFAZER O QUE ESCREVO! DEVE SER A NOSSA ONIPOTÊNCIA. LOGO QUE DER MANDO O ABSTRACT. MAMA.

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A descrição de uma pintura sobre uma paisagem que não fecha. Um campo aberto, com árvores. Ou a descrição de um futuro complexo a ser construído.

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Pequenas imagens ampliadas e impressas com baixa definição. Baixa resolução, irresolução. Frases sem lógica, não-sentenças, palavras pintadas. Molduras de segunda, porta retratos. Pedir ajuda.

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Bwa Masked Dancers, American sign language, Carnival in Rio de Janeiro, Elephant emotions.

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AS COISAS QUE SÓ VOCÊ PODE FAZER

“I fly so high and fall so low” Moby


Ela disse que queria provocar através de sua arte
A mesma admiração que sentia pelas coisas e pela arte de outros.
Depois ela falou em decadência
Ela disse que gostava de conhecer pessoas
E pediu-lhe para fazer as coisas que só ele poderia fazer.
Olha em volta. Suspiro
Sem jeito, tímido porém orgulhoso.
Ele faz.

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MARS BLACK

Hampstead Heath,
Olhando para cima. O fotos de nuvens.
As nuvens de Constable, cometa Halley, cometa Shoemaker-Levi,, Via láctea, Vênus.

A beira do lago de Hampstead. Água, a margem.
O ator tira fotos da paisagem.
Nomes de terras descobertas, lugares, América, Colômbia, Guiana Francesa, Santa Cruz,
Heráclito. As margens também mudam, não só as águas.

Desviando das lesmas no caminho do atelier.

Nomes de teorias, teorema de Pitágoras, a teoria de Todas as Coisas na Física, Cartesianismo.

O livro com pinturas tendo as páginas movidas, a representação do mundo pelo desenho, se movendo, animado.
Nomes de cores: International Klein Blue. Mars Black, Windsor Green.
Daltonismo.

Nós vemos cores diferentes. Verde Fulano, preto Beltrano.


((()))

Existe uma brecha que pode subverter nossas escolhas. Um limbo das vontades onde tudo pode acontecer e tudo ser perdido. Mas são vários, curtos, instantâneos. Pequenos poemas que qualquer mente faz e perde. Poemas que as coisas constróem, que nossa cabeça associa e subtrai outras ligações que as codificam.




terça-feira, abril 8

Este blog respira. Puseram-lhe um respirador auxiliar que o seduz como droga. E hoje é segunda. Vamos de festival Cine Esquema Novo, então. Todos lá, que eu não posso ir. Estou muito longe. Mando um vídeo feito muito por acaso. Que bom que gostaram. Conheço tão pouca gente aqui (e no mundo) e não tenho graça para agrupar e promover as coisas. E curtas, vídeos, pinturas, poesias, contos, são coisas tão engavetáveis. Que bom que alguém tem a noção exata que as coisas precisam desse respirador público para a promoção de sinapses coletivas.


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